domingo, 10 de maio de 2009

E-mail


Minhas gatas,
eu começei a escrever o depo pra uma de vocês, mas achei muito injusto escrever um pra cada uma, sabendo que cada uma significa uma coisa pra mim porém todas tem a mesma importância e que não é pouca. Me estendi um poquinho e não coube em um depo, e acabou virando um e-mail. Não gosto de e-mail porque eles parecem menos sentimentais que depoimentos, e no caso disso aqui precisava um graaaaande depo. Mas, como não foi possível, aqui vai. Aviso: é expressamente proibido rir do meu ataque emocional e exesso de criatividade. [-menos carol! ¬¬ certo que a Paola vai dizer isso agora, chata!]
O texto tá dramático por que ta parecendo uma despedida que na verdade não é,
é um 'Oi' simbólico, é claro, pra nova fase que vamos passar juntas, espero. Vocês me conhecem o suficiente pra saber que não sou de chorar, nem de demonstrar muito meus sentimentos. Mas abro uma rara e enorme exeção pra vocês e vou contar o mal que me aflige! Sintam-se privilegiadas.
Percebi de uns tempos pra cá que o vazio que eu sentia não era fome, juro engordei. Mas felizmente pro meu bem, descobri que era saudade. [risos] Sim tenho saudades de vocês. Eu demorei pra acreditar que siiim, realmente, vamos cada uma pra um lado, e isso é fato. Algumas não sentiram isso ainda, mas já senti e confesso, que não é nada agradável. Na verdade to até com medo, fazendo uma retrospectiva e olhando umas fotos velhas quase chorei [foi aí que resolvi mandar o depo/e-mail]. Pensem em tudo, em todas as tardes juntas, todas festas, todas conversas intermináveis, todos conselhos, segredos, choros, brigas, consolos. O que seriamos umas sem as outras. O sentimentalismo me mandou um abraço, desculpa se alguma de vocês estiver 'naqueles dias' e provavelmente derramar rios [não em tons de vermelho] ao ler.
-Imaginem o quanto vai ser difícil juntar todas de novo?
Não bate uma depressão em vocês? Em mim não bate; despenca. Raciocinem comigo, último ano de escola, ou primeiro de faculdade ou cursinho, umas vão pra outras cidades, outras chegando do exterior. Não tem como negar, é o ínicio da separaçao. Fomos praticamente grudadas por muito tempo e do nada somos obrigadas a nos vermos só nos fins de semana ou nem isso. Tá não é o fim do mundo, mas, e a saudade??? Tem coisa pior?
Não tem; experiência própria. Estando a kilômetros de distância por menores que sejam, fica difícil desabafar, ou pedir 'aqueeeeele' conselho por msn ou celular, nem vem com essa de tecnologia. Não tem nada melhor que passar a tarde comendo pipoca e falando balela. Admitam.
Ta bom já enrolei demais, o objetivo de eu fazer vocês lerem tanto, é o meu medo da desconexão entre a gente. E na verdade o que eu realmente queria dizer pra vocês, era que se eu mandei isso é porque eu não vou me conformar se perder um flash que seja com vocês. Agora apelando pela tecnologia que eu esculachei antes, tenho celular, msn, orkut...
Mais um pouco de drama e eu prometo que dou o ponto final.
Tudo que eu sou hoje teve um dedinho de vocês, a maioria das coisas que eu fiz teve um empurrão de vocês, e vamos combinar que sou tão ruim assim, ou seja vocês acertaram nos conselhos e influências. Vocês fizeram parte do meu passado, que eu vou levar comigo pra onde for, e que vou sempre lembrar com muita saudade, essa coisa que não larga do meu pé. Não consigo me imaginar sem vocês. É sério, não bebi nada antes escrever isso. E estão escaladas pra estarem presentes em todas ocasiões do meu futuro.
Finalizando, obrigada de verdade por serem essas criaturas que foram o motivo da minha alegria e vão continuar sendo.
Afinal o amor entre amigas é muito mais concreto que qualquer amor que vocês sentirão por 'garotos', não se confundam.
Admiro muito vocês, cada uma tem um talento. Lembrei de uma coisa - Vêm, vêm que eu te encho de talento!! Só pra descontrair.
Vocês são extremamente essênciais pra mim, amo-as imensamente, tenho saudades e vejo as senhoritas no meu futuro!

'The future needs a big kiss'

O cara


[ Era uma vez uma menina que não sabia o que era o amor. Ela não sabia nada. Pensava que sentia, mas não sentia. Não se pode amar quem não conhecemos. Quem ama quem não conhece, sofre uma ilusão e não ama. Mas ela pensava que amava, devia ser amor aquela aceleração espontânea no coração. Só podia ser. Ela era inocente a ponto de achar que aquilo era amor. Mas não era inocente a ponto de ficar esperando por ele. Ela não podia esperar, tinha curiosidade, e uma enorme vontade de viver. A vida dela tinha trilha sonora. E a música não pára. Então ela conheceu um 'cara'. É, pra ela, ele era só um cara. Ela era inocente a ponto de achar que o 'cara' soubesse que ela era uma menina diferente, e que já havia sofrido por amor, quero dizer ilusão, mas a menina achava que era amor. Mas ela não tinha sofrido nada, ela nem sabia de nada, a vida é uma caixinha de surpresas e a menina também era.Ele machucou ela. Ele machucou muito, ela nunca havia sido tão enganada, e ela era inocente. E nunca mais foi. Ela quis insistir na ilusão mas como todos sabem, ilusões são ilusões e não dão em nada. E ela queria chegar em algum lugar. A trilha continuava.Ela encarou a realidade, a verdade, e descobriu que a verdade dói. Dói tanto que um coração que um dia foi quente, se tornou gelo. Sim ela não tinha mais que mostrar nada pra ninguém. A verdade dela, era só dela. E essa não machucava. O 'cara' tinha que pagar. Ela dizia que vingança não levava a nada e que não sentia raiva. Mas o 'cara' iria pagar. Ela então percebeu que as pessoas mudam, se arrependem, sentimentos também mudam, e sentimentos fortes são construídos e não surgem do nada. Surgem depois de um longo período de descobertas, enfim de conhecimento. Ela descobriu então que o amor se construía. E não surgia. O 'cara' e a menina construíram um sem querer e sem saber. Ela também não sabia que era amada e que amava. Que o amor em si não existe, existem provas de amor. E ele, o 'cara' se mostrou mais que só um cara, e mesmo com tantos erros e mentiras, o amor dele pela menina crescia sempre, cada vez mais. E ele não tinha medo de mostrar, mostrava sempre, afinal são provas que demonstram o amor, e ele sabia disso. Provou várias vezes. Mas a menina já tinha se decidido, a verdade era só dela. Ela amava sim. Ela amava muito ele. Ele amava muito ela. Mas ela não podia provar. Não queria provar. Ela tinha medo, não era mais inocente, e era fria demais para corresponder a todo amor que tinha nas mãos. Eles foram felizes. Foram muito felizes. Ela era muito exigênte. Ela queria ter tudo, alcançar tudo. E um dia eles se separam. Foi ela quem quis. Foi culpa dela. Ele nunca magoaria ela de novo. E ela fazia isso sempre. Ela fez ele pagar por suas próprias ilusões. Ele talvez não merecesse. Mas ela fez. Mas ainda assim ele continuava tendo todo o amor do mundo pela menina. Talvez fosse demais. Ela não conseguia carregar tanto amor assim. E se quebrou. Preferiu arriscar. Fugiu do amor, e ainda foge. Ela vive fugindo. Ela acha o amor a coisa mais linda que já existiu, as provas e palavras que derivam dele também. Ela vive pensando nele. Ela vive pensando no amor. Ele vive pensando nela. Mas a vida segue. E o que passou passou. E é sempre no presente que lembramos do que passou. Então é inútil dizer que o que passou está no passado. Se lembrou, meu caro, está no presente, e não no passado. E o conto de era uma vez, que deveria ter acabado em final feliz, não teve esse final. É que na verdade o conto ainda não acabou. Ele continua. Porque a vida continua, essa é a realidade. A menina descobriu que a vida não é um filme que acabada na melhor parte, com a melhor música e permance até a música acabar, e fim. Ponto final felizes para sempre. Ela aprendeu que tem que fazer acontecer. Ele tem muito o que aprender com ela. Ela ainda tem muito o que aprender com ele. Eles se conhecem tanto, que as palavras as vezes são dispensáveis. Mas o amor está guardado. Talvez escondido. Um dia ela acha. Ou um dia ele perde. Não sei. O filme ainda não acabou. Mas tudo isso era só porque ela precisava agradecer ele que sempre demonstrou tanto amor, e ela nunca deu valor. Se ela pudesse demonstraria também. Mas ela não pode. Ela não deve. Ela continua gelada. E ele não conseguiu derrete-lá. Quem sabe consiga. O filme não acabou. Mas o texto sim. ]